O impacto dos robôs no futuro do trabalho

O relacionamento complementar entre humanos e os robôs no mercado de trabalho do futuro.
  • Por Redação Techpost
  • @redacao
  • 27 setembro, 2021
  • 9 min de leitura
Redação Techpost | Versões do Android na sede do Google na Califórnia fotografada pela nossa equipe
Todos os dias ouvimos notícias do que chamamos superficialmente de Inteligência Artificial ganhando mais destaque, seja no trabalho, nas operações financeiras, entretenimento, mobilidade urbana, descoberta de vacinas e até em atividades do lar.
Você já imaginou um futuro próximo o seu colega de trabalho pode ser um robô? Pesquisas e estudos apontam que nos próximos anos a inteligência artificial (IA) estará cada vez mais presente em nossas vidas.
Qual será o impacto nos trabalhos? Como lidar com um concorrente que não precisa dormir? Qual é a nossa responsabilidade nesse cenário? Antes de analisar o impacto e usos de robôs no mercado de trabalho, vamos descobrir o que significa exatamente um robô "inteligente".

Os robôs estão mais inteligentes

A inteligência artificial e os robôs permeiam o imaginário humano desde o começo do conceito nos anos 50. O futuro ideal da sociedade é representado pela ciência e filmes de ficção como um tempo onde as máquinas deve nos libertar do trabalho braçal e gerar um ambiente de prosperidade (além de nos escravizar é claro - Bem-vindo a Matrix, Neo).
O conceito de inteligência artificial moderno vai além dos robôs da linha de montagem de uma fábrica ou do cinema. As IAs de hoje são formadas por algoritmos e mecanismos complexos, que entendem a linguagem natural, percebem emoções, escutam e "pensam". São máquinas baseadas em computação cognitiva, que aprendem de forma guiada e também independente.
Unsplash | Androide C-3PO da Saga Star Wars. Robô Maschinenmensch de Metrópolis.
Alguns dos modelos de IA da atualidade - são percebidos como uma conversa mais próxima do diálogo humano. Através de fluxos treinados para resolver problemas específicos dentro de um contexto, modelos como os sistemas de NLP, ou Processamento de Linguagem Natural (PLN), permitem que a tecnologia usada não apenas entenda o significado literal de cada palavra que está sendo dita, como também, considere alguns aspectos como vocabulário semânticos, percepções objetivas e sentimentais, compreensão de contextos e interpretação de texto.
As redes sociais junto com seus algoritmos já são capazes de entender o comportamento e as necessidades das pessoas, oferecendo a elas conteúdos relevantes e personalizados. Isso torna o usuário mais exigente com o resultado de uma busca, com a recomendação de um filme ótimo na Netflix, ou até mesmo na hora de receber uma oferta/consumir as melhores experiências de acordo com seu perfil comportamental, dados e escolhas anteriores.
Todo esse processo de interpretar as nossas necessidades podem passar por alguns dos modelos de IA citados, no caso do NLP - o modelo busca compreender e interpretar corretamente nossas conversas, suas ambiguidades e principalmente intenções.
Na era da IA a necessidade da tecnologia evoluir conta com um aliado ainda mais eficaz, a capacidade da máquina aprender. Enquanto no conceito mais amplo de IA a tecnologia faz o computador “pensar” como uma pessoa para executar tarefas, na aprendizagem de máquina, nosso comportamento e dados é constantemente analisado em busca de padrões ou tendências. 
Essa funcionalidade possibilita a IA evoluir a cada interação, onde o modelo é refinado para acrescentar novas intenções, fluxos, entendimentos e capacidade de resposta. Os robôs além de mais inteligentes, estão ganhando mais espaço no mundo pós-moderno.

Os humanos e robôs trabalhando juntos em uma nova sociedade

O que acontece com uma sociedade quando esses modelos de IA forem capazes de ir além de recomendar o melhor restaurante ou conduzir o seu veículo de forma autônoma? Qual será o impacto no futuro do trabalho com mais robôs substituindo posições humanas?
Unsplash | Ruas que parecem ter saído de obras como Blade Runner. Tokyo, Shibuya, Japão
Esse fenômeno vem ocorrendo em alguns setores do mercado de trabalho. Parece que nenhuma carreira está à salvo da Inteligência Artificial - que cresce da área médica até o atendimento de portaria - substituindo o trabalho realizado por pessoas há mais de 100 anos. Nas próximas décadas vamos testemunhar a maior transformação que a sociedade humana já atravessou.
Tendencialmente a tecnologia não gera mais postos de trabalho, ela os reduz, tornando o tema e a necessidade do equilíbrio entre posições de trabalho e IA um dos maiores desafios da nossa geração.
Na Startup de tecnologia Laborit, ou simplesmente Lab - investidor oficial do Techpost Brasil, o ano de 2018 foi marcado pela concepção de um produto que usou uma estrutura rudimentar de robôs e IAs para gerar milhares campanhas online e mais de 10 milhões de palavras chaves na API de publicidade do Google em apenas 48 horas. Esse feito levou a companhia para um evento na sede do Google em São Paulo e na Califórnia, resultando em uma das maiores campanhas online de Black Friday já criadas para o varejo.
Segundo dados do próprio Google - os robôs criados pelos engenheiros da Laborit, substituíram cerca de 600 postos de trabalho humano (na posição de Analista de Publicidade Online).
Redação Techpost | Visita a sede do Google em Mountain View, Califórnia
A adoção de um modelo de inteligência artificial que traduz a linguagem humana para códigos de programação, marca também o início de uma nova era na tecnologia e pode mudar como os softwares são codificados. Na área de engenharia de software por exemplo os robôs automatizam e até já escrevem o código fonte, sugerem algoritmos e são capazes de procurar falhas no software de forma autônoma.
Recolocar as pessoas no mercado de trabalho de forma digna também é uma prioridade na tecnologia. Os postos de trabalho mudaram e a oferta de alguns tipos de emprego e profissões têm diminuído, resultado direto do impacto da IA e robôs. Nesse cenário outras oportunidades ganham espaço. Conforme alguns postos de trabalho deixam de existir, outros são criados. Há um déficit dentro do mercado tecnológico que precisa ser repensado tanto de mão de obra especializada, quanto da parte educacional.
A programação, ciência de dados e a área da computação no geral demandam um grande número de profissionais e com crescente uso de inteligência artificial, esse indicador deve aumentar ainda mais (no segmento) paradoxalmente. A relação humano máquina (para não cunhar o termo homem) é algo complementar e possivelmente o seu colega de trabalho em algum momento poderá ser um robô.
Unsplash | Foto inspirada na dupla francesa Daft Punk.
O trabalho com IA vem crescendo em alguns países. O Brasil mais do que dobrou o número de contratações de profissionais ligados à IA em relação ao último ano. Segundo o estudo AI Vibrancy, realizado pela renomada Universidade de Stanford, sendo o país que mais contratou profissionais de IA no último ano.

O relacionamento complementar entre humanos e os robôs

A inteligência artificial certamente desempenha um papel relevante em trabalhos mais complexos e nos permite entrar em áreas onde predomina a repetição de processos. De forma inexorável, a IA traz consigo um novo olhar para o significado do pensar e trabalhar na sociedade de hoje e do amanhã. Existe uma transformação urgente na força de trabalho. Essa mudança ocorre bem antes do trabalho, ela começa na hora de formar os profissionais do futuro que possivelmente vão competir com as máquinas.
Quais serão as competências fundamentais para o futuro do trabalho? Pesquisadores, neurocientistas e sociólogos pelo mundo parecem apontar para mesma direção: a criatividade, empatia, adaptabilidade, curiosidade e pensamento crítico (além das habilidades tecnológicas) formam as características que podem contribuir para a importância do papel humano no trabalho, mesmo diante do alvorecer dos robôs.
No livro "The Human Edge" do autor Greg Orme reforça que habilidades como a curiosidade e senso de propósito são superpoderes essenciais que nos diferenciam dos robôs. Isso nos abre um futuro compartilhando onde trabalharemos em conjunto e não competindo com máquinas. Certamente uma visão mais esperançosa.
A curiosidade nos permite aprender mais rápido, questionar padrões e quando somados a paixão pela descoberta, nos permite desbloquear o potencial humano.
Por outro lado, o especialista em IA, James Barrat, autor do livro "Our Final Invention: Artificial Intelligence and the End of the Human Era" enxerga um futuro mais delicado na relação entre máquinas e humanos. A IA pode tornar-se em uma das maiores ameaças para a humanidade e é necessário que as instituições e governos possam vigiar de perto todo esse movimento e evitar que as empresas de tecnologia de IA de Silicon Valley e ao redor mundo - destruam acidentalmente a humanidade.
Redação Techpost | Os livros de IA dos autores Barrat, James e Orme, Greg.
Como já dito, os ganhos e benefícios na adoção de modelos de IA, são irrefutáveis, ainda assim, não podemos deixar de refletir sobre o posicionamento ético do uso da tecnologia, segurança, privacidade, e, fundamentalmente, abordar o olhar antropológico dos robôs na sociedade e no futuro do trabalho.
Estamos no alvorecer da liberdade do labor humano ou no limiar das carreiras como conhecemos? Diria um grande autor de ficção científica e criador das três leis da robótica (do qual somos fãs):

Os robôs ainda não serão algo comum ou muito avançado, mas já estarão presentes e instrumentos eletrônicos continuarão a ser criados para livrar os humanos de trabalhos tediosos.

- Isaac Asimov
Aos poucos os robôs vão ganhando mais espaço e tornando real as páginas de ficção científica escritas por autores como Asimov e outros visionários.
Um caso curioso e divertido ocorreu em uma viagem da nossa redação ao Vale do Silício. No hotel Aloft, em Cupertino, Califórnia, os hóspedes que desejam uma água ou simplesmente uma nova escova de dentes vão ser surpreendidos pelo Botlr.
Um robô que mais parece ter saído dos filme de George Lucas e que não parecia estar muito preocupado em receber gorjetas. Tudo bem que ao cumprimentar o robô na porta acabamos presos fora do quarto depois da porta fechar, mas isso não impediu o pequeno Botlr de nos guiar até a recepção em busca de uma nova chave de acesso.
Redação Techpost | O contato com o pequeno e divertido robô Botlr dentro do hotel Aloft, no coração do Vale.Créditos
Na Lab acreditamos em um amanhã mais otimista e queremos trazer o futuro para mais perto sem esquecer o lado humano. Sabemos que na sociedade atual dependemos de um diálogo onde a soma dos lados (humano e máquinas) poderá melhorar ainda mais vida das pessoas.
Até breve, amigos (as) robôs e humanos.
Escrito por humanos com várias referências/pesquisas na Web, com trechos revisados e traduzidos por robôs - tudo em harmonia ;)

Inscreva-se para a inovação

Receba as últimas notícias sobre inovação direto na sua caixa de e-mail.
Seus dados estão protegidos conosco. Conheça nossaPolítica de Privacidade
Feito por humanos comem SP, Brasil © 2021 Techpost, Techpost Logo e Laborit Ltda e Laborit logo são marcas registradas.
Olá! Leu até aqui? Você se preocupa com os mínimos detalhes, mesmo. A gente também. Por isso o time Techpost/Laborit está sempre trabalhando para fazer a plataforma digital de trabalho perfeita para você ;).
O Techpost, a Laborit e Lab são marcas proprietárias que operam o site https://techpost.com.br, onde você pode encontrar informações sobre nossos produtos e serviços e as últimas novidades do mundo da tecnologia. Estes Termos e Condições do Site descrevem os direitos e obrigações de um usuário ou visitante não registrado do site (“usuário” ou “você”) em relação ao uso do Site.
Ao acessar ou usar o Site de qualquer forma, incluindo como um visitante não registrado, você concorda em obedecer a estes Termos do Site e à nossa Política de Privacidade, que está disponível no Site.
Estes Termos do site se aplicam apenas ao seu uso do site e do conteúdo nele disponibilizado ou por meio dele, como um usuário ou visitante não registrado do. Se você usar ou acessar qualquer um de nossos serviços baseados na web de acesso restrito (ou seja, aqueles que exigem um login), a nossa plataforma, produtos, programa de referência ou outros serviços que fornecemos, o uso de tal espaço, serviços ou programa está sujeito aos termos e condições que você recebeu e aceitou quando se inscreveu nesse espaço, serviços ou programa.
De vez em quando, podemos fazer modificações, exclusões ou acréscimos ao Site ou a estes Termos. Seu uso continuado do Site após a publicação de quaisquer alterações aos Termos constitui aceitação dessas alterações.
Coletamos informações sobre seus dispositivos e sua localização, e seu uso de nossos serviços, incluindo por meio de cookies, pixels, web beacons, registros e outras tecnologias da Internet.
Você pode ler mais sobre como utilizamos as Informações Pessoais que são coletadas clicando no link conheça nossa Política de Privacidade.
Referências a “você” nesta Política, “você” significa qualquer pessoa que use nossos sites, aplicativos ou outros serviços. Se você é um funcionário ou candidato, a Política de Privacidade do Techpost e da Laborit para Dados Pessoais de um funcionário ou um Candidato, explica como usamos as Informações Pessoais no contexto de nossa relação empregatícia com você.
Se você é um funcionário ou candidato que usa nossos serviços, esta Política explica como coletamos, usamos e divulgamos suas Informações Pessoais no contexto de seu uso de nossos Serviços.