Algoritmos das redes sociais: Porque tão perigosos?

Os algoritmos das redes sociais são os responsáveis por decidir o que chega para cada usuário das redes, mas como eles funcionam? e como poderiam ser perigosos?
  • Por Redação Techpost
  • @redacao
  • 01 novembro, 2021
  • 4 min de leitura
Quais os perigos dos algoritmos que ditam o que é relevante nas redes sociais
Sempre houve muito mistério em torno dos algoritmos das redes sociais, sabemos que eles existem, mas como de fato funcionam é um questionamento necessário.
Os algoritmos das redes sociais funcionam como um conjunto de regras que determinam quais resultados ou conteúdos ficarão visíveis e em destaque para os usuários e como eles são entregues (o mesmo acontece com buscadores como o Google).
Funciona como se fosse um filtro onde a própria plataforma decide o que é interessante e relevante para o usuário, embora, fazer essa seleção não seja tão simples. A equação é mais complexa do que parece.
A ideia dos algoritmos de redes sociais e também de buscadores como Google e Bing, é apresentar conteúdos mais propensos a gerar engajamento e, consequentemente, fazer com que o usuário passe mais tempo de tela na plataforma. 
Em resumo, a função do algoritmo é reunir informações para determinar quais publicações ou perfis são mais relevantes. Além disso, também decidem a forma como o conteúdo vai ser entregue.
Cada rede social possui seu algoritmo e métodos diferentes para selecionar o que aparece ou não no feed do usuário. As redes sociais do grupo Meta - antigo Facebook que mudou de nome para META (Instagram, Whatsapp e Facebook) possuem regras semelhantes, com conteúdo sendo apresentado de forma não cronológica e de acordo com os interesses do usuário.

Porque os algoritmos podem ser tão perigosos?

A questão principal é que os algoritmos são programados por seres humanos, com suas falhas sociais e estruturais e os objetivos das grandes companhias por trás. Os algoritmos são uma forma de Inteligência Artificial, incumbidas de otimizar o máximo possível suas tarefas, basicamente, a qualquer custo.
“Se construirmos a Inteligência Artificial de modo a otimizar um objetivo fixo dado por nós, elas vão continuar perseguindo esse objetivo e sendo completamente alheias a todo o restante, até mesmo se pedirmos a elas que parem".
Stuart Russell - professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, com especialista em Inteligência Artificial (IA)
Os algoritmos das redes sociais ficaram em evidência quando o debate sobre um mundo super conectado pode causar, após pane no Facebook. As redes sociais do grupo Meta ficaram fora do ar por mais de 6 horas e trouxeram à tona preocupações, principalmente quando uma ex-funcionária fez uma série de denúncias sobre os algoritmos dessas redes e o efeito negativo que elas causam na sociedade.
A tarefa principal desses algoritmos é favorecer a UX - experiência do usuário - por exemplo, coletando o máximo de informações e dados possível e fornecendo a ele conteúdo que se adeque a suas preferências. O objetivo é fazer com que o usuário permaneça mais tempo conectado, gerando assim mais lucro para as empresas.
Mesmo que isso ocorra às custas do seu bem-estar ou traga danos à sociedade como um todo.
As máquinas não pensam, elas seguem uma lógica e só aprendem o que é ensinado, não possuem empatia, ética e nem se preocupam com a sociedade no geral.

As redes sociais criam vício, depressão, disfunção social, talvez extremismo, polarização da sociedade, talvez contribuam para espalhar desinformação. E está claro que seus algoritmos estão projetados para otimizar um objetivo: que as pessoas cliquem, que passem mais tempo engajadas com o conteúdo"

- Stuart Russel
Embora pareça ser inofensivo querer entregar o conteúdo que o usuário deseja, essa ação tem consequências. Essa lógica de entrega gera uma bolha social, onde o algoritmo “filtra” conteúdo, e o usuário acaba tendo contato somente com aquela bolha social, já que o algoritmo também indica conteúdos de páginas e perfis similares aos que o usuário interagiu.
Russell, acredita que "(As redes sociais) não apenas estão otimizando a coisa errada, como também estão manipulando as pessoas, porque ao manipulá-las consegue-se aumentar seu engajamento.” com o objetivo de maximizar os cliques nas redes e aumentar o tempo de tela dos usuários.
O debate que envolve os algoritmos e as redes sociais não é novo, em 2017 elas começaram a ser utilizadas em campanhas políticas durante eleições pelo mundo, e tiveram um papel muito importante nos resultados. Na época, o uso das redes sociais não era tão comum em campanhas políticas como é hoje.

 (O problema) é a forma como os algoritmos funcionam, o uso de likes, de subir conteúdos (com base em preferências) ou de jogá-los para baixo. O modo como o algoritmo escolhe o que colocar no seu feed parece ser baseado em métricas prejudiciais às pessoas. Então precisamos colocar o benefício do usuário como objetivo principal e isso vai fazer as coisas funcionarem melhor e as pessoas ficarão felizes em usar seus sistemas."

- Stuart Russell
As redes sociais exercem uma enorme influência na sociedade em que vivemos e podem moldar as suas estruturas. No entanto, nem as redes sociais e nem os algoritmos existem por si só, eles precisam de seres humanos para existir, e são essas pessoas - e também companhias - que criam as regras sob as quais eles são regidos.
Não há resposta única ou simples sobre o que é "benéfico" com relação aos algoritmos e as redes sociais. No futuro, os algoritmos terão de adaptar esse conceito para cada usuário, individualmente - e isso não é nada fácil. É necessário levar para as redes e para a tecnologia no geral valores sociais e empáticos para que a ela possa ajudar as pessoas cada vez mais.
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