IA de bolso: Rabbit R1, Humane AI Pin e o futuro pós-smartphone

  • Por Gabriela Mialich
  • @gabmialich
  • 23 junho, 2025
  • 5 min de leitura
IA de bolso
E se você não precisasse mais abrir aplicativos? E se comandos de voz fossem suficientes para fazer compras, organizar sua agenda ou pedir um carro? Esqueça o smartphone como você conhece. Uma nova geração de dispositivos inteligentes quer reinventar a forma como interagimos com a tecnologia e dois nomes estão no centro dessa revolução: Rabbit R1 e Humane AI Pin.
Rabbit R1: IA com jeitão retrô, direto da Califórnia
Apresentado na CES 2024, em Las Vegas, o Rabbit R1 é o primeiro produto da startup americana Rabbit Inc., fundada por Jesse Lyu. O dispositivo tem um design laranja chamativo, com tela pequena, botão giratório e câmera que acompanha o movimento, tudo bem diferente do que se espera de um gadget high-tech.
Mas o diferencial está por dentro: o R1 é alimentado por uma IA generativa treinada em "Large Action Models" (LAMs), modelos que aprendem como os humanos usam aplicativos e sistemas. Ao invés de abrir o Uber, por exemplo, você simplesmente diz: "chame um carro para o meu endereço" e o dispositivo entende e age.
A promessa é ousada: eliminar a necessidade de apps, telas infinitas e interações complexas. Tudo seria resolvido por comandos de voz e fluxos automatizados, como uma espécie de "IA assistente universal".
Rabbit R1
Humane AI Pin: o “broche inteligente” com visão futurista
Do outro lado, temos o Humane AI Pin, um projeto da startup Humane, fundada por ex-executivos da Apple incluindo Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno. Lançado em 2023 com apoio de investidores como Sam Altman (OpenAI) e Bill Gates, o dispositivo se prende à roupa como um broche e projeta informações diretamente na palma da mão do usuário, eliminando qualquer necessidade de tela convencional.
Com tecnologia embarcada de IA, comandos de voz e sensores contextuais, o AI Pin promete antecipar suas necessidades e te manter conectado sem distrações. Quer checar um e-mail, traduzir uma conversa em tempo real ou saber o que tem na sua agenda? Basta perguntar. Tudo acontece por meio de uma IA integrada e conectada à nuvem, com resposta quase instantânea.
Humane AI Pin
Afinal, qual a diferença entre eles?
Embora ambos busquem o mesmo objetivo reduzir nossa dependência dos smartphones eles seguem caminhos distintos:
• O Rabbit R1 é um dispositivo físico independente com tela e controles básicos. Ele executa tarefas baseadas em fluxos de aplicativos já existentes, agindo como um “co-piloto” prático.
• O Humane AI Pin aposta na fusão entre software e hardware invisível. É um wearable sempre ativo, que usa projeção e interação sensorial para trazer uma experiência quase mágica.
O R1 funciona mais como um executor de tarefas. O AI Pin, como um companheiro inteligente que tenta prever suas intenções.
Nova revolução em dispositivos pessoais?
A pergunta que fica é: estamos diante da substituição real do smartphone ou apenas de experimentos de luxo? O mercado ainda é incipiente, os preços são altos e a infraestrutura de IA precisa evoluir. Mas há outros players chegando:
• A Rewind.ai trabalha em um colar inteligente que grava e resume tudo o que você ouve.
• O AI Pin da OpenAI (em estágio experimental) promete integrar GPTs diretamente no dia a dia, sem precisar de telas.
• A própria Apple tem patentes em desenvolvimento para wearables com IA e projeção.
Uma coisa é certa: a próxima grande interface pode não ser um app mas um assistente invisível.
Smartphones x Dispositivos de IA: o que realmente muda?
A grande virada entre os smartphones tradicionais e os novos dispositivos de IA como o Rabbit R1 e o Humane AI Pin está na forma como nos relacionamos com a tecnologia.
A interface, por exemplo, deixa de ser a tradicional tela sensível ao toque, cheia de ícones e digitação constante. Em vez disso, os dispositivos de IA apostam em comandos de voz, gestos, projeções e interações mais naturais quase como conversar com um assistente humano.
Na navegação, os smartphones exigem que o usuário abra apps, faça multitarefa e tome várias decisões manuais. Já os gadgets de IA operam com autonomia: você diz o que quer e o sistema executa, muitas vezes sem te pedir para confirmar nada.
Outro ponto essencial é a dependência visual. Nos celulares, tudo gira em torno da tela desde consumir conteúdo até tomar decisões. Os novos dispositivos propõem uma experiência com menos estímulos visuais: respostas em áudio, projeções pontuais e mais foco no ambiente real.
Quanto à personalização, os celulares funcionam por meio de apps que você instala e organiza. Já os assistentes inteligentes aprendem com o uso, entendem seus hábitos e personalizam as respostas com base no seu contexto.Por fim, no campo da privacidade, os smartphones ainda são vulneráveis: há coleta de dados por centenas de apps, muitas vezes sem clareza. Os dispositivos de IA prometem mais controle, mas também levantam novas preocupações, afinal, estamos falando de aparelhos que escutam, projetam e processam informações constantemente.
Celular
O que está por trás dessa tendência
A saturação do modelo atual. Telas viciantes. Notificações excessivas. Cansaço digital.O que esses novos gadgets propõem é um retorno à fluidez e à utilidade real da tecnologia, sem o ruído. É IA para agir não só responder.
Mas há desafios:
• Alto custo inicial
• Privacidade e segurança de dados
• Necessidade de internet constante
• Barreiras culturais
Estamos prontos para viver sem smartphone?
Talvez não hoje. Mas o fato de nomes como Bill Gates, Sam Altman, Imran Chaudhri e Jesse Lyu estarem investindo nessa transição indica que o futuro da computação pessoal será cada vez mais contextual, discreto e inteligente.
Os celulares não devem sumir da noite pro dia. Mas num futuro próximo, eles deixem de ser os protagonistas e passem a ser apenas mais uma peça num ecossistema liderado por assistentes autônomos, conectados, e invisíveis.

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