Web Summit Rio 2025: inteligência artificial, diversidade e a reinvenção do futuro nos dias finais do evento

  • Por Victor Bachtold
  • @victor-bachtold
  • 05 maio, 2025
  • 4 min de leitura
Se os dois primeiros dias do Web Summit Rio 2025 mostraram o Brasil no centro da inovação global, os dias seguintes confirmaram: estamos diante de uma virada de chave tecnológica, e o país não apenas assiste, ele participa ativamente da escrita desse novo capítulo.
No coração do Riocentro, o assunto principal era: inteligência artificial. Mas não qualquer IA. O que se viu nos palcos e bastidores foi uma corrida por aplicações que vão além do hype, mergulhando em usos reais e escaláveis, capazes de transformar setores inteiros.
Entre os temas mais debatidos, empresas globais trouxeram visões estratégicas sobre o papel da IA nos próximos anos. A Nvidia apresentou uma nova abordagem sobre "Agentic AI", destacando o avanço de agentes autônomos e modelos multimodais. A Microsoft Brasil discutiu como a inteligência artificial já vem sendo integrada às operações do dia a dia das empresas brasileiras. A OpenAI aprofundou as questões éticas e jurídicas que envolvem modelos generativos, enquanto Meta e TikTok trataram dos desafios de regulação, privacidade e uso responsável de dados em larga escala. A IBM, por sua vez, focou em mostrar casos de aplicação de IA com impacto social e foco em sustentabilidade.
Um dos momentos mais marcantes veio com a fala de Arthur Piccolo, fundador da Laborit e co-criador da Haigen AI. Em sua participação no evento, ele trouxe uma visão que conecta continentes e culturas: “Acabamos de voltar da China, onde vimos o que Tencent, ByteDance e Alibaba estão fazendo com IA. Voltamos com uma certeza: o futuro está sendo escrito do outro lado do mundo, e a gente faz parte dele.”
Essa declaração ecoa a própria trajetória da Haigen, criada a partir de frameworks abertos desenvolvidos na China, treinada com milhões de dados reais, e hoje operando globalmente com apoio de uma joint venture em Cupertino. A IA da Haigen atua em áreas sensíveis como saúde, consumo e finanças e é o motor por trás de soluções como o app Primeiro Cuidado, desenvolvido com a convicção de que saúde não começa no consultório, mas muito antes dele. Em um país onde mais de 60% dos atendimentos hospitalares poderiam ser evitados com ações de prevenção e orientação básica, segundo o Ministério da Saúde, o app atua como uma linha de frente digital, entregando triagem inteligente, conselhos confiáveis e conexão com serviços de atenção primária diretamente pelo celular. A mesma inteligência também impulsiona a Popmarq, o primeiro social marketplace por IA do mundo, inspirado nos superapps asiáticos.
Outro destaque foi a Buddy IA, uma iniciativa voltada ao ensino de crianças com apoio de inteligência artificial. Esses projetos refletem a emergência de um ecossistema local preparado para inovar com propósito.
Em paralelo, discussões profundas marcaram os palcos sobre o futuro do trabalho e a regulação da IA. Segundo dados da Fast Company Brasil, cresce o número de empresas investindo em agentes autônomos para automatizar processos cognitivos, uma tendência que levanta questões sobre requalificação profissional e limites éticos. Já os painéis sobre storytelling e negócios locais, como destacou a RPC, mostraram que criar narrativas humanas e autênticas pode ser o diferencial competitivo das marcas que souberem integrar tecnologia com identidade.
O terceiro dia do evento trouxe à tona discussões fundamentais sobre diversidade, inclusão e educação em tecnologia. Painéis destacaram a equidade de gênero como vetor de inovação, e mostraram caminhos concretos para formação de profissionais em IA e dados, sobretudo entre populações historicamente sub-representadas.
Ao mesmo tempo, o pavilhão expositivo virou um espaço vivo de brasilidade e criatividade: com rodas de samba, experiências culturais interativas e iniciativas como a do EmbraturLAB, com iniciativas que visam desenvolver um turismo mais competitivo e sustentável. O Web Summit Rio provou que tecnologia e identidade nacional podem, e devem, andar juntas.
O evento cresceu em todos os sentidos. Os dados oficiais impressionam:
  • +34.000 participantes de 102 países
  • 1.400 startups expondo soluções
  • 516 palestrantes ao longo da semana
  • 500+ investidores presentes
  • 171 empresas parceiras, incluindo nomes como Google Cloud, Salesforce, Itaú, SAP, Senac, JP Morgan, Greenpeace e Mastercard
  • 23 delegações comerciais estrangeiras, incluindo Alemanha, Canadá, Portugal, Finlândia e Chile
  • 45% das startups fundadas por mulheres, maior índice da história do evento no Brasil
Nos corredores, painéis e pitchs, pairava uma percepção comum: o Web Summit Rio 2025 não foi apenas um evento, foi um retrato de um país se posicionando no mapa da inovação. Mais de 34 mil pessoas circularam entre as 1.000 startups e 300 palestrantes presentes, com cases reais, trocas profundas e oportunidades sendo costuradas em tempo real.
O evento termina com a sensação de que a inteligência artificial deixou de ser apenas uma fronteira tecnológica. Tornou-se uma linguagem para expressar o que há de mais humano: a busca por soluções, o desejo de pertencer e a vontade de fazer melhor.
Mais do que promessas ou conceitos futuristas, o que se viu no Web Summit Rio 2025 foi a consolidação da IA como uma tecnologia aplicada, presente em produtos, experiências e soluções de problemas reais.Da saúde à educação, das finanças à cultura, a inteligência artificial passou a ocupar o cotidiano de forma concreta, acessível e transformadora. O futuro que parecia distante agora começa a responder por decisões, orientar jornadas e facilitar a vida em escala. A inteligência artificial deixou os bastidores e se tornou parte ativa da vida das pessoas.

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