Tecnologia é peça-chave em guerra na Ucrânia

Na guerra da Russia contra a Ucrânia, a tecnologia e as big techs estão assumindo papel de destaque e podem ser decisivos.
  • Por Rhaysa Ferreira
  • @rhaysa-ferreira
  • 10 março, 2022
  • 4 min de leitura
Ministro ucraniano para Transformação Digital, Fedorov diz que "tecnologia é a melhor solução contra tanques". (Foto: Mykailo Fedorov via BBC News)
Na trágica invasão da Ucrânia pela Rússia, as plataformas digitais se transformaram em verdadeiros campos de batalha para uma guerra de informações, dados e serviços que se tornaram cruciais no conflito. Enquanto a Rússia, considerada uma potência cibernética, sofre sanções dos gigantes da tecnologia, a Ucrânia convoca seus cidadãos a formarem um "exército de TI".

A posição das gigantes da tecnologia na guerra na Ucrânia

Ainda que geopoliticamente em situação complicada, as gigantes da tecnologia têm buscado se posicionar e tomar medidas contra os ataques russos.
Google
O Google bloqueou a monetização de sites, apps e canais no Youtube da imprensa estatal da Rússia, impedindo os sites russos de lucrarem com qualquer tipo de peça publicitária, como banners, e anúncios nos vídeos do Youtube. Na semana passada, aliás, o Youtube bloqueou os canais ligados e controlados pelo governo russo. 
"Em resposta à guerra na Ucrânia, interrompemos a monetização dos veículos financiados pelo Estado russo em nossas plataformas. Estamos monitorando ativamente o desenrolar dos acontecimentos e tomaremos mais medidas, se necessário", ", disse um porta-voz do Google, em um comunicado.
A companhia também desativou temporariamente os dados de tráfego ao vivo do Maps na Ucrânia, alegando que a decisão foi tomada para a segurança dos ucranianos e que as autoridades locais foram consultadas e estão de pleno acordo.  
Meta (Facebook)
O Meta tem agido para impedir que notícias falsas se espalhem por suas redes sociais, e está checando e rotulando os conteúdos de organizações estatais russas. A empresa ainda proibiu que as estatais do país veiculem anúncios no Facebook, em qualquer lugar do mundo. Alegando censura, a reguladora de comunicações da Rússia, bloqueou a rede social no país.
Twitter
Assim que os conflitos começaram, os vídeos com bombardeios se tornaram virais no Twitter, levando a Rússia a restringir o acesso à rede social. A plataforma registrou mais de 45 mil postagens com links para os canais de comunicação russos e chegou a anunciar que estava adicionando avisos em postagens da mídia estatal, além de reduzir a visibilidade desses conteúdos, mas na sequência, assim como aconteceu com o Facebook, o Twitter foi bloqueado no país.
Microsoft
A Microsoft se posicionou firmemente contra os ataques russos e chegou a detectar ataques cibernéticos contra a infraestrutura tecnológica da Ucrânia, momentos antes da invasão no país.
"Estamos horrorizados, indignados e entristecidos pelas imagens e informações que nos chegam da guerra na Ucrânia e condenamos essa invasão injustificada, não provocada e ilegal da Rússia", disse Brad Smith, presidente da Microsoft.
Muito ativo nas nas redes sociais, o ministro ucraniano para Transformação Digital, Mykhailo Fedorov, comentou sobre a importância de ter o apoio das grandes plataformas:
"Cada plataforma é muito importante para nós agora, e estamos usando toda oportunidade para atrair grandes empresas contra este horror que está acontecendo agora na Ucrânia. Estamos tentando levar a verdade aos russos e fazer com que eles protestem contra a guerra".

As polêmicas ações do Ministério de Transformação Digital da Ucrânia

Apesar de algumas ações de Fedorov estarem sendo celebradas, outras estão causando bastante polêmica. Talvez, a maior delas, seja o lançamento e convocação de um "Exército de TI da Ucrânia". Pelo Telegram, mais de 300 mil participantes trocam informações diariamente.
O principal tipo de ataque realizado pelo grupo é o DDoS, que é a negação de serviço distribuído - quando sites são inundados com tráfego e solicitações até saírem do ar por não suportar tamanha carga de acesso - e são direcionados aos sites do governo russo, instituições financeiras e meios de comunicação, além atacarem também redes de transporte ferroviário e de energia.
Apesar dos alertas de especialistas sobre os riscos que esses ataques em massa podem ter, o ministro se mostra orgulhoso do que tem feito:
"O Exército de TI da Ucrânia é dirigido contra os recursos digitais e online de empresas, bancos e portais estatais da Rússia e de Belarus. Nós fechamos a operação do portal da web dos serviços públicos russos, os sites da [agência de notícias] Tass, Kommersant, Fontanka e outras grandes empresas de mídia na Rússia que financiaram o Exército russo para lutar contra o povo ucraniano."
O próximo passo de Mykhailo Fedorov promete ser a comercialização de NFT na esperança de angariar fundos para o exército ucraniano.
Embora ainda não se saiba como e quando essa guerra irá acabar, já é possível afirmar que, assim como na Primavera Árabe, a tecnologia exerce um papel de destaque no conflito e pode ser decisiva, espera-se, que para o bem.  

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