Quando a Tecnologia imita a Arte — o admirável mundo novo das NFTs

  • Por Arthur Piccolo
  • @arthur-piccolo
  • 01 abril, 2021
  • 4 min de leitura
“Morons” Banksy original que foi queimado. A versão NFT foi vendida por US$ 400 mil Morons / OpenSea / Burnt Banksy / Divulgação
Quando visitamos um museu ou apreciamos uma obra de arte, inevitavelmente nos perguntamos porque algumas peças possuem um preço mais alto do que outras muito similares? O que diferencia uma boa obra da outra? Seria o artista? A exclusividade da peça? O nível de interesse do público e dos críticos?
Existe uma dinâmica no mercado da arte muito parecida com a dinâmica de especulação econômica vista em Wall Street, onde as "apostas" nos preços têm diversas teorias.
Comparar a Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, com um quadro de Romero Britto, pode soar impensável para alguns. Entretanto, ambos artistas e suas artes possuem um valor intrínseco e recebem um valor monetário por esse aspecto. Isso coloca a arte em um âmbito altamente elitizado e ao mesmo tempo pessoal.
Por outro lado, ter uma cópia fiel da Monalisa na parede pode lhe render apreciação pessoal e, apesar da cópia não ter o valor da obra original, esse é sem dúvida um mercado particular e muito explorado.
Esse cenário e mercado mudam completamente quando pensamos no mundo digital, onde tudo pode ser copiado e reproduzido com sofisticação e rapidez inacreditáveis.
Então, diferente do mercado especulativo da arte convencional e dos artistas, como podemos validar um trabalho digital no mundo do "copia e cola"? Como definir o preço de uma peça de arte única produzida aí no seu quarto ou escritório via Photoshop?
É aqui que as NFTs estabelecem um admirável mundo novo dentro do mercado de arte.
As NFTs (Non Fungible Token) são basicamente um ativo digital, cuja tecnologia permite gerar autenticidade para um artigo e vendê-lo com segurança, criando um mercado de alto risco e especulativo para os colecionadores digitais.
A tecnologia funciona como um tipo de criptografia gráfica. Quando criptografamos alguma coisa, estamos, essencialmente, assegurando que essa chave ou arquivo é único, depende de um registro e não pode ser substituído por outra chave ou arquivo.
Ou seja, uma obra de arte criptografada (uma NFT) sempre será única, registrada e insubstituível. Será que estamos vivendo o futuro da arte, intangível e feito por códigos binários?
A maioria dos NFTs bebem da mesma fonte das criptomoedas, como Bitcoins e Ethereum - o conceito de Blockchain. Essa abordagem funciona como um grande livro de registros descentralizados, onde cada transação é armazenada em um banco de dados distribuído e validado em diversos nós da rede. 
Agora chegou a vez dos produtores de conteúdo e artistas digitais se beneficiarem da mesma tecnologia.
Muitas pessoas estão buscando formas de monetizar o seu trabalho na internet, criando cursos, conteúdos, artes gráficas e uma infinidade de produtos digitais que torna a Web um grande mercado criativo.
Imaginemos então, adquirir uma arte gráfica única e sem cópias pela Internet. Qual é o valor dessa exclusividade? E se pudéssemos comprar um curso inédito sobre gestão em tempos de crises, produzido pelo ex-Presidente Barack Obama? Qual é o preço a ser pago pela originalidade e exclusividade da obra?
O mercado de colecionadores é um nicho que sempre existiu e agora tem um potencial de crescimento imensurável. Já parou para pensar nos quadrinhos antigos com tiragem limitada? Quanto será que o colecionador pagou pela edição original do Superman de 1938 por exemplo?
Colecionar e adquirir artigos únicos está além da arte e parece que a tecnologia encontrou uma forma de viabilizar e atualizar o conceito.
A NFT é mais um passo na evolução da arte e seu preço já pode ser medido. Um leilão realizado no último mês teve a oferta final em $69 milhões de dólares por um arquivo de imagem JPG. O preço foi um recorde para uma obra de arte digital. O JPG do artista Beeple foi produzido em fevereiro como um NFT e chama-se Everyday 's - The First 5000 Days. A Obra é uma montagem de todas as imagens que Beeple tem postado online nos últimos anos e trás um olhar sobre o cotidiano no século 21.
A casa de leilões ainda permitiu lances em criptomoedas, transformando a experiência toda em um jornada completamente digital. Essa façanha estabeleceu um novo marco para a história da arte e aumentou o interesse pelo assunto. Outros artistas como o cultuado Banksy, produziu e vendeu uma cópia do seu trabalho "Idiotas"por dezenas de dólares. Uma curiosidade: A peça do trabalho de Banksy já existia fisicamente, o artista migrou a obra para o digital e queimou a original, em um experiência chamada por ele como "Cerimônia de Queima da Arte". Tudo que restou da peça habita agora o mundo digital, com um NFT e certificado da transação do Blockchain.
O leilão recorde da obra digital mexeu com o mercado de arte convencional, como um renascimento do fenômeno que startups como AirBnB e Uber causaram quando modificaram mercados tradicionais com os seus produtos digitais.
É emocionante acompanhar esse ponto histórico onde o mercado especulativo e veloz das NFTs transforma como consumimos arte, democratizando a ascensão de novos artistas e permitindo ampliar a nossa visão de como monetizar uma gama cada vez maior de itens culturais, comerciais e pessoais.
Sites especializados no assunto como Open Sea, Makers Place e Nifty Gateway já se beneficiam do movimento. Eles obtiveram um crescimento excepcional de ofertas (bids) e acessos. Essas métricas comprovam a tendência de consumo das NFTs e solidificam um novo e admirável mercado novo de arte moderna.

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