Atualizações da Apple levantam novas questões sobre privacidade e cibersegurança

As preocupações sobre privacidade e cibersegurança não são novidade, e ganham mais espaço quando percebemos que nossos dados estão sendo mais colocados na internet.
  • Por Redação Techpost
  • @redacao
  • 24 agosto, 2021
  • 3 min de leitura
Foto Trust Tru Katsande no Unsplash
A internet já faz parte da rotina de mais de 90% da população mundial, o uso da tecnologia  está presente desde transações bancárias até em fotos e vídeos armazenados automaticamente em nuvens.
A questão vem sendo discutida amplamente com o objetivo de determinar quais os limites para o uso dos dados individuais e coletivos que são coletados pelas empresas todos os dias.
Quando instalamos um aplicativo no smartphone aparece a notificação imediata para permitir que o aplicativo tenha acesso à fotos, localização, contatos e outras informações presentes no celular.
No entanto, ao aceitar compartilhar essas informações não pensamos imediatamente qual o uso que será dado a elas. A venda de dados de pessoas foi proibida no Brasil desde o marco legal - primeira tentativa de regulamentar o espaço virtual, porém essa realidade não é a mesma em outros países.
Os aplicativos estão primeiramente ligados às leis dos países onde eles estão alocados, mudando a relação quando chegam em outros países. Um aplicativo regulamentado nos Estados Unidos que usamos no Brasil não se submete às leis do Brasil.
A Apple tem apresentado importantes atualizações em seu sistema operacional, uma delas afeta diretamente aplicativos de redes sociais, como o Facebook. Agora, os usuários dessas redes devem concordar explicitamente em ter seus dados coletados. Essa mudança, apesar de parecer pequena, tem muito significado dentro do mercado tecnológico.
A Apple anunciou recentemente que vai colocar em uso um sistema para localizar material de abuso sexual infantil (identificado pela sigla CSAM, em inglês) em dispositivos de clientes dos Estados Unidos. A Apple diz que a tecnologia será capaz de detectar versões editadas, mas semelhantes, das imagens originais de abuso sexual infantil.
O sistema funciona comparando imagens a um banco de dados de imagens de abuso sexual infantil conhecidas compilado pelo Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas dos EUA e outras organizações de segurança infantil.
Antes de uma imagem ser armazenada no iCloud, a tecnologia irá procurar correspondências com material de abuso sexual infantil já conhecidos. E depois esse material encontrado será revisado por um moderador humano e será relatado às autoridades.
Shane Rounce on Unsplash
A atualização levanta preocupações com a privacidade, já que, com a atualização, a empresa declara abertamente que todas as fotos e vídeos que subirem no Icloud serão analisadas e “lidas”.  
A Apple disse que as novas versões do iOS e iPadOS - que serão lançadas ainda este ano - terão "novos aplicativos de criptografia para ajudar a limitar a propagação do material de abuso sexual infantil online, ao mesmo tempo em que foram projetadas para a privacidade do usuário".
As imagens são traduzidas em "hashes", códigos numéricos que podem ser "combinados" com uma imagem em um dispositivo Apple.
A empresa afirmou que o sistema tem "um nível extremamente alto de precisão e garante menos de uma chance em um trilhão por ano de sinalizar incorretamente uma determinada conta".
De acordo com a Apple, a nova tecnologia oferece benefícios de privacidade "significativos" em relação às técnicas existentes - já que a empresa só fica sabendo das fotos dos usuários se eles tiverem uma coleção de material de abuso sexual infantil conhecido em sua conta do iCloud.
Com a nova tecnologia, especialistas se mostram preocupados.
"Independentemente de quais sejam os planos de longo prazo da Apple, eles enviaram um sinal muito claro. De que é seguro construir sistemas que examinam os telefones dos usuários em busca de conteúdo proibido", disse Matthew Green, pesquisador de segurança da Johns Hopkins University, nos Estados Unidos.
"Se eles estão certos ou errados nesse ponto, pouco importa. Isso quebrará a barreira."
As pessoas, no geral, não sabem quais os dados que estão compartilhando e nem quem vai ter acesso a esses dados, ou com qual objetivo eles serão usados. Essas preocupações aparecem mais, à medida que o uso de tecnologia fica mais presente no nosso dia-a-dia.
As atualizações da Apple, apesar do seu objetivo humanizado, levantam questionamentos sobre os limites de coleta e uso de dados por parte das empresas. Além de trazer questionamentos sobre o significado dessas tecnologias no futuro da humanidade.
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Por Redação Techpost

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