Stalkerware para cônjuge, Google promove apps que espionam pessoas

Stalkerware aparece como anuncio no Google. Promovendo aplicativos que incentivam os usuários a espionar o telefone de seus cônjuges.
  • Por Redação Techpost
  • @redacao
  • 14 outubro, 2021
  • 3 min de leitura
Foto: Tom Barret
Discutir a responsabilidade sobre publicidades que são veiculadas dentro de sistemas não é novo, mas o aparecimento de aplicativos Stalkeware mostram a necessidade de retomar o debate.
Aplicativos, e a própria internet tem um custo, alguns softwares exigem pagamento para serem utilizados, outros dependem da publicidade veiculada em suas páginas. Mas como pensar a responsabilização dessas publicidades?
Aqui no Brasil contamos com o CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), que segue as disposições do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária e tem como principal objetivo evitar a veiculação de anúncios e campanhas de conteúdo enganoso, ofensivo, abusivo ou que desrespeitam, entre outros, a leal concorrência entre anunciantes.
No entanto, algumas questões, sobretudo do mundo da internet, ainda não foram regulamentadas como deveriam e precisam de mais atenção.
Recentemente vários anúncios promovendo aplicativos que incentivam os possíveis usuários a espionar o telefone de seus cônjuges apareceram em páginas do buscador Google. Os "stalkerware" são como aplicativos spyware, comercializados para pais que desejam monitorar chamadas, mensagens, aplicativos, fotos e localização de seus filhos, sob o argumento de proteger seus filhos.
Por outro lado, esses aplicativos geralmente são projetados para serem instalados clandestinamente e sem o consentimento do proprietário do dispositivo. Isto possibilita o uso deles para outros fins como por exemplo, homens abusadores que desejam vigiar as suas cônjuges.
O aumento no uso do chamado “stalkerware” (ou spouseware) gerou uma preocupação, e isso trouxe uma resposta em todo o setor nos últimos anos, que luta para combater a disseminação de aplicativos de monitoramento de telefone.
Fabricantes de antivírus trabalharam para melhor detectar o "stalkerware" enquanto autoridades federais estão tomando medidas contra os fabricantes de spyware que expõe suas vítimas a ameaças de segurança.
O Google proibiu vários anúncios nos resultados de pesquisa que promoviam aplicativos que tinham como propósito rastrear e/ou monitorar outra pessoa ou suas atividades sem sua autorização. No entanto, os aplicativos ainda podem ser encontrados na parte de anúncios do google como resultado de pesquisa.
A companhia alega não permitir esse tipo de publicidade na sua plataforma, e diz remover imediatamente quaisquer ads que violam a sua política de uso.
A política do Google que trata sobre comportamento desonesto e rege a promoção de spyware, proíbe os anúncios de promoverem a vigilância de parceiros íntimos, mas não se estende a anúncios que promovam o rastreamento da atividade de uma criança ou locais de trabalho que monitoram os dispositivos de seus funcionários. A política também isenta os serviços de investigação privada, embora o Google não diga se ou como determina para que finalidade um aplicativo é usado.
Isso acaba permitindo que os fabricantes dos aplicativos em questão possam contornar as regras mudando a "face" do que eles estão vendendo, sem alterar a tecnologia básica interna.
O funcionamento da aplicação do Google não é conhecida, a única informação entregue pela companhia é que a aplicação analisa uma combinação de fatores para determinar se um anúncio viola suas políticas, como olhar para o texto e as imagens do anúncio, como o produto é promovido e as páginas de destino dos anúncios quando clicados.
Com a abertura, vários aplicativos de stalkerware usaram uma variedade de técnicas para burlar as regras do buscador e acabaram conseguindo a aprovação de anúncios desses apps.
Em um caso, um aplicativo de spyware que teve um grande lapso de segurança em 2018, exibiu anúncios do Google vinculados a uma página da web que “se escondia” em um domínio totalmente separado do site, o que impediu o Google de detectar que o aplicativo também estava sendo comercializado para espionar "seus filhos, marido ou esposa, vovó ou vovô."
Em setembro, o Google anunciou que suspenderia, por três meses, as contas de anunciantes que violassem repetidamente suas políticas de publicidade, incluindo a promoção de spyware para cônjuges.
Os anúncios continuam sendo veiculados, e promovidos na maior página de busca da internet e pessoas de todo o mundo sofrem as consequências, principalmente as mulheres, que em casos de perseguição e espionagem aparecem em sua maioria como vítimas.
A tecnologia pode ajudar as pessoas a terem vidas melhores, mas muita coisa precisa ser repensada.
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Por Redação Techpost

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