Design Thinking e a criação de produto

Design thinking não é simplesmente mais uma metodologia, ele apresenta uma nova maneira de criação. Design Thinking não é de forma alguma propriedade exclusiva dos designers, e pode ser usada em diversas áreas, inclusive na criação de produto.
  • Por Redação Techpost
  • @redacao
  • 19 outubro, 2021
  • 7 min de leitura
Photo by Unsplash
As diferenças entre um produto e outro começaram a reduzir e os produtos passaram a ser cada vez mais parecidos, senão iguais - eram basicamente o mesmo produto com uma embalagem ou rótulo diferente. E o Design thinking veio para mudar isso!
Nesse momento, surgiu a ideia de ser diferente, mas como ser diferente em um mundo onde nada se cria, tudo se recria? Foi quando apareceu a ideia de mudar a forma de oferecer o produto ou serviço, a partir desse momento a história mudou.
Antes, o poder de decisão do que seria feito e colocado no mercado era dominado pelas empresas, logo a lógica do cliente sempre ter razão apareceu e o poder de escolha alterou a forma de pensar e produzir.

Qual a conexão entre produto e design thinking?

Quando o cliente passa a ser o centro as empresas são obrigadas a entender o que aquele cliente, ou usuário pensa e sente. O mercado muda a chave do sucesso de grandes corporações passa a ser entender com empatia as dores dos consumidores - de preferência de forma rápida - e quem aborda perfeitamente isso é o design thinking.
Com o design thinking, é possível explorar mais a fundo o problema, os usuários e o produto, baseando-se no que o consumidor precisa e qual a sua dor. O objetivo é aprimorar soluções e buscar alternativas inovadoras no mercado.
Esse conceito pode ser usado em várias áreas das nossas vidas, grandes inovadores do mundo da literatura, da arte, da música, da ciência, da engenharia e dos negócios o praticam. Ele pode e deve ser usado em todas as áreas, tanto na vida profissional quanto na vida pessoal.
As renomadas universidades de Stanford, Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos EUA, oferecem cursos dedicados a esta metodologia. E cada vez mais marcas conhecidas, como Apple, Google e Samsung, estão adotando este sistema.
A Startup Laborit, que trabalha com criação e desenvolvimento de produtos, começa o seu ciclo sempre pensando na dor do usuário, no problema que essa pessoa está enfrentando. E a partir daí, pensando com empatia, coloca a jornada do usuário em primeiro lugar, para assim conseguir resolver aquela dor. De acordo com a real necessidade dos usuários, das pessoas, aproveita o potencial criativo e a empatia além da criação do produto em si.
Sandy Speicher, CEO da IDEO, empresa global de design à qual se atribui a popularização do método. acredita que o conceito "Consiste em olhar o mundo como um designer. E isso significa se perguntar como melhorar o mundo sob a perspectiva de um designer".
A empresa — fundada em Palo Alto, na Califórnia, e com sede na Europa, Ásia e América do Norte — não inventou o design thinking (já se havia escrito sobre ele na década de 1960), mas ficou conhecida por praticá-lo e aplicá-lo à resolução de problemas desde o início dos anos 1990.

As pessoas são o centro do processo

É uma abordagem que busca a solução de problemas de forma colaborativa, sempre com uma perspectiva empática com seus stakeholders. Todas as pessoas envolvidas na ideia são colocadas no centro de todo o desenvolvimento do produto, não somente o consumidor final.
"Podemos usar o design thinking para envolver as comunidades na criação de escolas melhores, hospitais melhores, sistemas de votação melhores... e tantas outras coisas! Especialmente nesta era de pandemia, em que há muito para projetar e reimaginar".
Sandy Speicher.
Produtos são soluções inovadoras para problemas que podem ser complexos e mal definidos. A criação desses produtos exige um constante aprimoramento para chegar a um resultado útil, confiável e desejável. O design thinking traz um entendimento mais profundo e realista sobre o problema antes de partir para a solução em si, que é o produto.
Isso ajuda a desenvolver uma solução inovadora e prototipar ideias o mais cedo possível, tendo feedbacks relevantes e que realmente vão agregar ao produto. Com o design thinking, você deixa de construir produtos inadequados ao uso, que não são necessários ao usuário ou que foram mal desenvolvidos e passa a criar soluções que fazem sentido na jornada do usuário.
O processo de design thinking é orientado para a experimentação e centrada no usuário, ele se apresenta na prática a partir da pesquisa com usuários e da prototipagem de ideias.
O design do produto é feito enquanto esse processo acontece. Ao mesmo tempo que o problema é entendido e a empatia pelo usuário é criada, o produto em si é estruturado e prototipado.
" O design thinking se originou com produtos físicos, depois se expandiu para serviços e depois para espaços e sistemas. Hoje se tornou central para os negócios em uma infinidade de aspectos, desde ser mais sustentável até implementar uma estratégia digital", explica Speicher.
Quando você aplica o design thinking ao processo de criação de produto, a forma de trabalhar começa a mudar. Aprendemos a ser mais colaborativos, a envolver diferentes áreas de uma equipe ou de uma empresa.
Essa metodologia usa a inovação focada na criação de soluções, assim como na criação de produto. Por isso, pensar no produto é um hábito ou quase um esporte.
Nesse processo você parte de um problema — que chamamos de desafio — e tem que encontrar uma solução. E podemos estar falando sobre qualquer tipo de produto ou serviço, desde a criação de próteses médicas até a criação de um espaço digital para a interação dos colaboradores e trocas de informações.
O mais importante é levar em consideração as pessoas afetadas por esse problema (para quem você vai desenhar a solução). Assim é possível usar a tecnologia de forma inovadora e ajudar as pessoas a ter vidas melhores.
Pensar na concepção de um produto é antes de tudo, perceber o mundo ao redor, sensações, sentimentos, sabores, comportamentos, necessidades e fundamentalmente - analisar hipóteses.
Então, é necessário buscar inspiração cobrindo todos os ângulos do problema, vendo como ele foi abordado antes e ouvindo a pessoa para quem projetamos. Esse é um processo bastante colaborativo que envolve entender as pessoas, imaginar novas possibilidades, experimentar e aprender coisas, receber feedback e repetir constantemente. Ou seja, para a inovação acontecer é preciso enxergar e entender com empatia  os clientes e onde está a dor, o problema na sua jornada.

A solução de qualquer dor começa na empatia

Porque ouvir e compreender é vital para fazer a pergunta certa e buscar inspiração. Estamos sempre ouvindo, aprendendo, criando, iterando e imaginando. Todos esses recursos entram em ação o tempo todo. e para criar um produto que realmente consiga sanar uma dor, é necessário ouvir com empatia, entendendo o contexto daquela pessoa e o que ela passa nessa jornada.
No entanto, a principal razão pela qual desenvolvemos processos de design não é porque eles dão a resposta para um problema, mas porque eles são a matriz do processo criativo, eles permitem priorizar nossa criatividade.
A GE Healthcare, conglomerado multinacional de diagnóstico de imagens, contratou um designer para elaborar uma máquina de ressonância magnética com aspectos lúdicos e infantis para incentivar as crianças a realizarem o exame. Porém, as crianças ficaram aterrorizadas com a máquina. A maioria delas teve que ser sedada para fazer a ressonância ou tiveram que repetir o exame porque não ficaram devidamente imóveis.
O designer contratado pela GE não tinha levado a experiência e os aspectos emocionais dos usuários em consideração. Ele, então, começou a pensar em como criar um produto melhor. Para isso, utilizou o método de Design Thinking. Na etapa de Imersão, ele se reuniu com diferentes pessoas para encontrar maneiras de deixar a máquina de ressonância menos aterrorizante.
Depois, ele conversou com várias crianças para compreender melhor o universo delas e, assim, criar um ambiente que fosse agradável para elas. Como resultado, as crianças perderam o medo da máquina.
Esse foi um processo de criação de produto que deu certo depois de usar o método Design Thinking, depois de pensar na experiência para que o produto estava sendo criado e na jornada deste usuário.
O futuro pede produtos mais conectados, mas também pede por produtos que se importam com as pessoas que vão fazer uso deles. Um produto não é simplesmente mais uma solução colocada no mercado, é também usar as ferramentas que existem para melhorar a vida das pessoas, com empatia e atenção é possível mudar o mundo.

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