Fintech HerVest está levando inclusão social para mulheres nigerianas
Startup quer minimizar a lacuna de gênero na África, dando acesso à crédito, poupança e investimento para as mulheres em vulnerabilidade
- Por Redação Techpost
- @redacao
- 18 outubro, 2021
- 2 min de leitura
Cofundador e CEO da Hervest, Solape Akinpelu / Hervest
No decorrer dos séculos, não há como negar o quão essencial à sobrevivência humana foi - e ainda é - o trabalho das mulheres, mas mesmo assim, as mulheres estiveram quase sempre em posição de inferioridade em relação aos homens, e isso inclui, claro, o mercado de trabalho. Em 2019, por exemplo, o Banco Mundial divulgou um levantamento, que mostra que em todo o mundo as mulheres possuem apenas três quartos dos direitos legais que cabem aos homens.
Essa situação se mostra ainda mais cruel e evidente quando, além desse abismo de gênero, a mulher ainda é preta e de classe social menos abastada.
Para tentar dar às mulheres de seu país melhores condições de vida e mais liberdade para decidir seu futuro e prover suas famílias, as nigerianas Solape Akinpelu e Yomi Ogunleye fundaram a startup HerVest, com sede em Lagos, Nigéria.
Na apresentação da HerVest no TechCrunch Disrupt, Akinpelu contou que o que a fez querer abrir a startup foi perceber o quanto as mulheres na Nigéria, especialmente as que vivem na zona rural, estão financeiramente desprotegidas e vulneráveis, impedindo-as de ter acesso a educação e ao controle de suas próprias vidas.
“Queremos minimizar a lacuna de gênero na África, dando acesso à crédito, poupança e investimento de impacto para as mulheres, independentemente de quem são e onde vivem”, disse Akinpelu.
Em resumo, a HerVest, oferece uma maneira de investir em pequenas agricultoras das comunidades nigerianas, através de financiamentos, ao mesmo tempo em que promove educação financeira e dá às mulheres em situação vulnerabilidade social uma nova perspectiva de vida. Menos de um ano após sua abertura, a HerVest já ajuda mais de 4000 agricultoras.
“Elas chegaram como um sonho e o sonho se tornou realidade”, disse Grace Dung, uma das agricultoras beneficiadas por um dos projetos de financiamento da empresa.
Solape Akinpelum, que além de fundadora é também CEO da HerVest e já chefiou a área de Marketing de grandes empresas do setor financeiro, ainda garantiu que o trabalho não vai parar na Nigéria - onde ela diz haver mais 57 milhões de mulheres em situação de vulnerabilidade - mas se expandir para outros países africanos em 2022.
"O problema que estamos resolvendo é uma lacuna de gênero nas finanças da África, não apenas da Nigéria”, disse ela ao Techcrunch Disrupt.
Alcançar a igualdade de gênero não é um processo simples ou de curto prazo. Exige políticas públicas, esforços de organismos internacionais, de empresas e da sociedade civil como um todo, mas iniciativas como a da HerVest mostram a importância de se dar o primeiro passo para ajudar a mudar a vida de tantas mulheres - e pessoas em vulnerabilidade - quanto possível, hoje.
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