Metaverso e como ele vai mudar a forma como vivemos

Com a mudança do nome do Facebook para Meta, fazendo referência ao termo Metaverso, o tema está em alta e tem sido intensamente discutido dentro do mercado tecnológico, mas o que significa e como essa nova tecnologia pode revolucionar o futuro?
  • Por Redação Techpost
  • @redacao
  • 29 outubro, 2021
  • 10 min de leitura
@Wilmer.lens
Metaverso é a palavra do momento no mundo da tecnologia, algumas pessoas apostam nela como o próximo passo em experiência, que vai fazer parte da realidade de quase toda a população em alguns anos.
Não é de hoje que a experiência do usuário passou a ter uma importância maior, especialmente, pelas maiores marcas do mercado. Elas perceberam desde cedo que pensar a experiência do usuário eleva a marca para outro nível, além de criar comunidades fiéis.
Com foco no metaverso, a companhia Facebook mudou de nome e agora se chama META (entenda aqui o porquê disso ter acontecido), e reacende a discussão em torno do assunto. No fim do último mês de setembro (2021), a companhia anunciou investimento de US$ 50 milhões para construir seu próprio metaverso e ainda renovou seu compromisso com um projeto que junta realidade virtual à realidade aumentada. Esse projeto vai permitir aos usuários habitarem mundos digitais juntos.

Mas afinal, o que é o Metaverso?

Quando queremos saber sobre uma palavra que não conhecemos é comum pesquisar seu conceito e definição. O conceito da palavra “metaverso” pode ser analisado separando os dois termos, meta que vem do grego e significa “além de” ou “depois de” algo e verso que vem de "universo". Já no dicionário ele aparece como um “tipo de mundo virtual em que se reproduz a realidade através de dispositivos digitais e em que os utilizadores interagem uns com os outros”.
Então, podemos concluir que estamos falando de um ambiente digital que está além do que conhecemos hoje como ambiente digital. É uma experiência nova que integra e entrelaça o real e o virtual, tornando o que acontece no ambiente virtual parte de uma experiência real, e o que acontece no mundo real completamente conectado com o mundo virtual.
O foco aqui é a experiência e a integração entre os dois mundos, vai chegar um momento que não vai ser mais possível a separação entre os dois.
Esse universo compartilhado pode trazer experiências variadas, totalmente imersivas, interativas e reais. O mundo virtual pode se tornar mais natural, com lugares reais, marcas que existem fisicamente, e experiências pensadas para transitar entre os dois mundos, fazendo um complementar o outro.
O metaverso mistura ainda mais a realidade virtual com a realidade na qual vivemos fisicamente e torna o que conhecemos como real mais abrangente. Será que daqui há alguns anos, vamos ser capazes de separar esses dois mundos?
O metaverso é mais que uma rede social, mais que um jogo, é um ecossistema inteiro, onde tudo que é possível no mundo real - ou quase tudo - e tudo se torna possível no mundo virtual. Mais do que isso, os dois mundos se entrelaçam e um passa a fazer parte do outro.

Como o movimento dos games como redes sociais contribuiu para a ideia de metaverso

Apesar de estar sendo associado à uma rede social, é a games, o metaverso é muito mais do que uma rede social, e muito mais do que um game, é um ecossistema mais vasto que pode incluir os dois ou não - dependendo do interesse.
Os games têm mudado como um todo e a sua experiência e hoje ultrapassam os limites do que antes entendíamos como um simples jogo. Eles não servem somente para entretenimento ou como brincadeira, eles também servem como interação social e a pandemia com o isolamento social apressou esse movimento e mudou a existência em si dos jogos online.
Nos últimos dois anos o crescimento dos games foi indiscutível, com crianças e adolescentes conectados em média 4 horas por dia. Foi essa geração de crianças e adolescentes menores de 21 anos que ressignificou o senso de comunidade, a vivência dentro dos games mostra uma uma mudança de comportamento que veio também por conta do distanciamento social, a impossibilidade de encontros e interação social.
Logo a equação foi montada, a necessidade de interação social e senso de comunidade atravessada pelo distanciamento social por causa da pandemia trouxe deu as boas vindas ao metaverso.
Isso rompeu as barreiras do espaço físico e possibilitou vivências em comunidade com o próprio game como interesse em comum, diferentemente, das redes sociais, onde as pessoas precisam procurar coisas em comum para criar o senso de comunidades.
As crianças entram no mundo conectado cada vez mais cedo, um estudo na América Latina mostrou que 49% das crianças usam um dispositivo conectado, seja ele tablet ou smartphone. A pesquisa foi realizada pela Karpesky em parceria com a CORPA – empresa de consultoria de pesquisa, e encontrou também que 73% destas crianças ganham o seu primeiro celular ou tablet antes dos 10 anos de idade.

A interação social pode ser o núcleo do mundo dos Games

Alguns games entraram ou estão entrando, nessa onda da interação social como o núcleo de suas plataformas. Jogos como Roblox, Minecraft, Fornite, Free Fire têm algo em comum, ferramentas criativas disponíveis para desenvolvedores, jogadores, e uma comunidade social focada na interação.
A Twitch, da Amazon, também é um exemplo de plataforma que aproveitou esse movimento, principalmente das gerações mais novas. “O maior diferencial da Twitch é a nossa comunidade. A Twitch cria um ambiente que imita reuniões da vida real. As comunidades formadas na plataforma podem ser tão impactantes quanto as que temos offline”, conta Wladimir Winter, diretor de parcerias e conteúdo da plataforma.
Do outro lado, as redes sociais tentam trazer cada vez mais elementos do universo gamer, só no Facebook são mais de 650 mil comunidades nesse nicho. Além disso, ele também trouxe um aplicativo que permite que os usuários interajam e assistam outros jogadores em uma única interface, conectando assim, os dois mundos.
Os games se tornaram uma extensão social da vida de muitas pessoas.
“Games são hoje uma das maiores redes sociais, onde os participantes mais interagem entre si e ficam conectados por horas, porque enquanto em outras redes sociais vocês precisa entrar e aí procurar pessoas com os mesmos interesses, num jogo a própria rede social é o interesse. Fortnite pode ser um dos maiores e mais importantes jogos do mundo, com uma base gigantesca e super engajada faz muito bem esse papel.”
Claudio Lima, CCO da agência que gere a conta da Epic Games no Brasil

Para além dos games

Só no mercado brasileiro são mais de 67 milhões de jogadores Essas comunidades que foram formadas e ainda estão sendo abrem caminho para uma série de possibilidades dentro do mercado. Algumas marcas que já fizeram parcerias dentro da galáxia dos games mostram que o poder dessa nova realidade é gigante.
Uma pesquisa do Brasil Game Show (BGS) que foi realizada em conjunto com o Datafolha, mostrou que esse público é bastante heterogêneo. Mas uma coisa é certa, o mundo dos games proporciona algo diferente, uma experiência que faz com que os seus usuários não sejam simples usuários, eles são fãs, apaixonados pelo mundo que escolheram. Essa conexão profunda promovida entre os usuários chama a atenção das marcas, que decidem trabalhar também na construção de experiências focadas nesse universo.
“Games transbordaram para outras verticais. Hoje os dois mundos se conectam, como é o caso do Free Fire com o DJ Alok , Mano Brown e MC Jotapê. Os shows de abertura do CBLOL, Campeonato Brasileiro de League of Legends, são um capítulo à parte da competição. No Carnaval deste ano, em Salvador, Ivete Sangalo vestiu-se como uma das personagens do jogo Clash Royale. Games, enfim, assume seu lugar de protagonismo. Produtos, celebridades, promoções, conteúdos, filmes, licenciamento, shows e uma lista infindável de negócios são desenvolvidos pelo Brasil para o público gamer.”
Alessandro, head de gaming do YouTube para a América Latina
Os elementos usados dentro deste mundo poderiam ser estendidos e aplicados em outras áreas, como no mundo do trabalho, na realização de shows e festivais, ou exibição de filmes, por exemplo.
No Fortnite já existem experiências conectadas com o mundo real. Grandes artistas criaram shows exclusivamente para a plataforma, que funcionaram assim como shows da vida real. Os jogadores escolhem ir, alguns em grupo, se arrumam, dançam e os shows acontecem com hora marcada, uma experiência tal qual a vida real, que não faz parte de nenhum desafio do jogo em si.
Tim Sweeney, CEO da Epic Games, há muito tempo fala sobre seus planos envolvendo o metaverso, e a experiência musical faz parte desses planos. Fortnite expandiu seu leque de produtos, realizando shows e eventos de marcas e dentro de seu mundo digital, esses eventos e as experiências musicais foram assistidos por milhões de pessoas.
Os universos interativos fazem parte do mundo dos games faz décadas. Eles não são exatamente metaversos, mas têm alguns paralelos.
“No futuro a Epic planeja oferecer muito mais eventos e novos recursos em Fortnite, com o objetivo final de criar o metaverso fortnite, um meio social completo, robusto em tempo real, tridimensional e com o seu próprio sistema econômico, onde as pessoas serão capazes de criar e se envolver em um grande número de experiências compartilhadas”
Tim Sweeney, CEO da Epic Games
A companhia levantou US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos em abril para financiar "sua visão de longo prazo para o metaverso".
Uma pesquisa realizada pela Forbes no Brasil revelou que 40% dos adolescentes de 10 a 17 anos jogam Fortnite semanalmente. O jogo ocupa 25% do tempo livre dos jogadores mais novos em média. Esse pode ser o primeiro metaverso robusto que veremos, ele já está focado na experiência do usuário e em ultrapassar a barreira do real e virtual.
“O metaverso é um mundo 3D virtual compartilhado, ou mundos que são interativos, imersivos e colaborativos. Assim como o universo físico é uma coleção de mundos conectados no espaço, o metaverso também pode ser considerado um aglomerado de mundos. Em breve, o conceito se tornará uma plataforma que não está vinculada a nenhuma aplicação ou lugar único, digital ou real. É como se criássemos outra realidade e outro mundo que pode ser tão rico quanto o mundo real”.
Marcelo Pontieri, gerente de marketing da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina.

A evolução tecnológica começa a permitir as discussões sobre o metaverso

Roblox e Fortnite estão tentando virar metaversos, eles expandem cada vez mais suas experiências e simulações, mas ainda tem um longo caminho pela frente. E o Facebook também já compartilhou a sua visão de como vai ser o seu metaverso.
A pandemia da covid-19 foi um grande impulsionador dessas ideias, já que as pessoas se viram em uma realidade que tinham que ficar em casa tanto para trabalhar quanto para entretenimento e lazer.
Obras cinematográficas como Tron, Matrix e o Avatar do James Cameron já traziam essa ideia de conexão e transição entre os dois mundos e de simulações virtuais super complexas cheias de possibilidades.
Não podemos esquecer do programa Oasis, de Jogador Número 1, que é um livro e virou filme adaptado pelo diretor de cinema Steven Spielberg. Nesse universo é possível acessar o ambiente virtual simplesmente para passar um tempo ou passear, sem ser obrigado a participar de qualquer partida.
O metaverso desenha o futuro da internet e, mais do que isso, o futuro das relações humanas e interações sociais. Ele pode permitir que o usuário entre em um universo virtual mais amplo, conectado com todo tipo de ambiente digital.
Algumas áreas já começaram a explorar a experiência focada no mundo virtual que antes só existia no mundo físico, como por exemplo os museus virtuais, agora, já imaginou a ideia de museu virtual dentro da lógica game e metaverso? Realidades mostradas na série West World passam a ser possíveis - parte dela, na verdade, pensando em uma imersão cultural completa em culturas e épocas diferentes.
Finalmente a tecnologia e a conectividade avançaram o suficiente para que comecemos a pensar sobre essa experiência que transcende tudo que conhecemos como realidade virtual.
Uma outra possibilidade seria as pessoas experimentarem roupas digitais em seus próprios corpos - avatares idênticos - enquanto compram online.
Como será que o metaverso realmente vai funcionar? As possibilidades são enormes, mas uma coisa é certa, essa nova realidade vai mudar completamente a forma que vivemos e interagimos enquanto sociedade.

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