Como usar o Design para criar espaços inclusivos?

Precisamos debater mais sobre a criação de espaços inclusivos e diversidade no mundo corporativo! Afinal, criar ambiente as organizações não só podem como devem criar ambientes plurais, compostos por pessoas diferentes (em todos os sentidos da palavra).
  • Por Redação Techpost
  • @redacao
  • 03 novembro, 2021
  • 11 min de leitura
Fauxels no Pexels. Ambientes podem ser pensados estrategicamente.
Para criar espaços inclusivos é necessário mudar a cultura organizacional da empresa, e qual a melhor forma de fazer isso, senão usando o Design para modificar os ambiente?
A inclusão não é somente sobre o impacto social que ela proporciona, as empresas devem ser um espelho da sociedade e do seu público. Só se pode entender as dores da sociedade se a organização tem no time indivíduos que passam ou passaram por essas dores, que fazem parte de todas as camadas sociais.
Ter um ambiente plural é essencial para construir um espaço que respeite a todos e ainda contribua com o crescimento da empresa.

Porque a inclusão é importante na empresa?

A inclusão social impacta diretamente no mundo e na forma como a sociedade vive. Ela é importante tanto para as pessoas que fazem parte de minorias, quanto para as pessoas que não fazem parte desses grupos. Conviver e entender a vivência de pessoas com contextos sociais e culturas diferentes é muito importante para o crescimento do ser humano como indivíduo e da sociedade como um todo. Além de consegruir agregar com visões diversas na própria empresa.
Apesar do termo “minoria” as pessoas que fazem parte dessa população são maioria numérica no Brasil e também no mundo, as minorias são chamadas assim principalmente por causa da sua representatividade em posições de poder e liderança.
Já falamos aqui sobre como é ser mulher no mercado de tecnologia e liderar o setor de Engenharia de Qualidade. As mulheres são consideradas minorias, tanto pela sua construção histórica, quanto por não ocuparem uma porcentagem grande dentro das organizações - principalmente em cargos de chefia e lidereança, mas isso tem mudado, e empresas como a Laborit estão mostrando que mulheres podem e devem ter esses cargos, inclusive em empresas de tecnologia.

O processo de inclusão perpassa uma atitude de reflexão sobre nós mesmos, sobre a nossa sociedade e sobre os processos de exclusão que são tidos como naturais, quando na verdade são construções sociais. Então passa por um processo de desconstrução do imaginário e o rompimento de algumas lógicas do que é visto e tido como normal/natural nas relações sociais de poder. A inclusão social deixa um legado para todos, é uma contribuição que muda a forma como vemos a sociedade, proporcionando um ambiente mais diverso.

- Danielle Magalhães, Psicóloga na Klinos Psicologia Humanista e Especialista em Assistência Social com atuação no serviço público.
As minorias sociais podem ser mulheres que historicamente ganham menos que homens, podem ser pessoas da população negra, estrangeiros, pessoas da comunidade LGBT+, pessoas da comunidade surda, portadores de algum tipo de deficiência, pessoas que fazem parte de diferentes grupos religiosos ou pessoas pessoas que fazem parte de classes sociais mais baixas. Essas pessoas geralmente têm menos acesso às oportunidades que as pessoas privilegiadas.
No entanto, esses grupos sociais deveriam ser maioria em cargos de liderança e até no mercado de trabalho, e em ambientes de educação. Esse movimento de empoderar minorias e colocar elas nesses espaços já existe e tem feito muitas mudanças no mundo, mas ainda tem muito o que mudar.
Por outro lado, não adianta simplesmente empregar essas pessoas em organizações que repetem a mesma cultura da sociedade, o resultado vai ser que elas não vão se sentir confortáveis e não vão interagir.

Os profissionais percebem quando o discurso inclusivo da empresa está apenas nas palavras e também percebem quando são tolerados e não bem-vindos nos lugares. Eu acredito que sou um profissional melhor hoje por conta desse ambiente que a Laborit proporciona para os colaboradores. Todo mundo merece ser tratado como humano e isso a Laborit faz melhor do que qualquer outra instituição que conheci até agora.

- Makaya Afonso, Desenvolvedor Frontend na Laborit
Mas se considerarmos o uso de princípios de design para criar ambientes em que colaboradores podem interagir com inclusão mais frequentemente dentro das organizações? Essa interação pode ajudar a diminuir o preconceito da sociedade e fazer com que as pessoas se sintam mais acolhidas e bem vindas nos espaços.

Então, como é possível usar os princípios do Design para criar espaços inclusivos dentro das organizações?

A interferência que o ambiente pode ter no processo de inlcusão é algo pouco discutido ainda. No entanto, se pensarmos na lógica da Experiência do Usuário (UX) dentro da própria empresa podemos perceber que os ambinetes podem ser alterados com o intuito de fazer a inclusão funcionar, com espaços pensados no conforto, respeito e interação dos colaboradores.
O Design Universal é um conceito que pode também ser usado para trabalhar inclusão dentro do ambiente de trabalho. Nesse conceito, o ambiente é criado pensando na ultilização do mesmo por todos, e com o objetivo de melhorar esse uso, e no caso a convivência das pessoas. Quando se fala em Design Universal, algumas pessoas associam diretamente a questões que acessibilidade para pessoas com deficiência, mas, na verdade, ele é muito mais do que isso.
Tudo pode ser melhorado pelo Design, desenhando o projeto com o objetivo que for, e esse objetivo pode ser a inclusão social dentro do ambiente de trabalho.
Pesquisas recentes demonstram como os espaços físicos e digitais de uma organização desempenham um papel poderoso, mas falta que as empresas aproveitem mais esse potencial.
Podemos pensar em como os líderes podem projetar locais de trabalho e processos para facilitar melhor o contato positivo entre membros de diferentes grupos. Isso pode desencadear uma cascata de diversidade positiva e resultados de inclusão.
Além de contratar pessoas diversas, também é necessário proporcionar um ambiente acolhedor e incentivar o contato entre elas. Um desafio é que as pessoas tendem a interagir mais com quem faz parte do mesmo grupo social, que divide e entende as suas experiências. No entanto, décadas de pesquisas científicas mostram que uma maneira poderosa de inclusão acontece através do contato entre os grupos.
Mesmo o contato sutil e casual pode ser eficaz; por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, contato intergrupo casual entre soldados afro-americanos no Reino Unido e a população local branca reduziu o preconceito entre os habitantes locais.
O estudo “Diversity Matters” de 2020, mostrou que somente 21% dos profissionais brasileiros afirmam que sua empresa tem diversidade étnico-racial elevada. O estudo entrevistou 3.900 funcionários de 1.300 grandes companhias no Brasil. Um motivo provável para essa percepção seria a recorrência de posturas preconceituosas no ambiente de trabalho, isso é o que mostra a pesquisa “A Diversidade e Inclusão nas Organizações no Brasil”, de 2019, da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Na pesquisa, 40% dos 269 respondentes relatou já ter presenciado discriminação no trabalho devido à identidade ou expressão de gênero, 35% por causa da idade e 30% por cor ou etnia.
De fato, pessoas que têm mais contato no decorrer da vida com a diversidade costumam ter menos preconceito, as interações entre os grupos são positivas e podem ajudar a melhorar essas relações. É importante incentivar o contato desde a infância, e continuar incentivando no decorrer da vida e em ambientes profissionais, cada indivíduo é único nas suas diferenças, e entender isso nos faz uma sociedade melhor.
Possibilitar essa interação entre pessoas diferentes é importante para que organizações e a sociedade colham os benefícios de uma sociedade cada vez mais diversificada.

Alterando espaços inclusivos para aumentar a diversidade

A visão de que o contato plural é algo que deve ser deixado para acontecer de forma aleatoria desmente uma importante abordagem de meio termo pela qual o contato plural pode surgir como consequência de espaços inclusivos cuidadosamente projetados.
Ao adotar essa tática, as organizações podem estar melhor posicionadas para desenvolver estratégias atraentes e criativas para não apenas promover um contato plural significativo, mas também criar espaços inclusivos que façam seus funcionários se sentirem verdadeiramente bem-vindos e criar uma organização de fato inclusiva.
O psicólogo, Kurt Lewin, cujo modelo de mudança em três estágios enfatizou a importância de descongelar o status quo, passar para um novo equilíbrio e recongelar para travar a mudança. Uma visão fundamental derivada do modelo de Lewin é que identificar e eliminar barreiras à mudança geralmente é uma maneira mais eficaz de mudar o comportamento das pessoas do que aplicar uma pressão crescente para a mudança.De acordo com essa visão, ao mudar os espaços de duas maneiras principais, as organizações podem remover barreiras ao contato plural que podem alterar a cultura da organização.

Encontros com a diversidade no Espaço Físico

As organizações podem criar as condições certas para tornar as interações entre os grupos sociais diferentes mais comuns.
Em um contexto organizacional, espaços que funcionam como funis arquitetônicos (por exemplo, localização de banheiros de escritório para produzir tráfego a pé através de áreas comuns como Steve Jobs fez na Pixar) ou ímãs sociais (por exemplo, Makerspace gigante da Microsoft, The Garage) pode facilitar encontros mais casuais sobre necessidades e interesses compartilhados.
É possível criar oportunidades para encontros e conversas entre as pessoas, reimaginando espaços comuns e experiências com a ajuda de organizações. Mais especificamente, é possível usar o Design para criar espaços mais inclusivos, sendo atencioso sobre onde as pessoas trabalham, com quem as pessoas interagem e como essas interações surgem.
O design de espaços se estende além do ambiente físico para a esfera digital, esse espaço se tornou mais comum depois da pandemia de Covid-19 que ainda estamos atravessando. Com essa nova realidade de trabalho remoto, híbrido, ou de home office, as mudanças passam a existir para além do espaço físico.
Makaya Afonso é Frontend na Lab desde outubro de 2019 e acredita que resolver o problema da inclusão para todos é mais difícil do que parece. Makaya é Angolano e já sentiu na pele o que um ambiente inclusivo pode fazer por ele como Ser Humano e como profissional.

Inclusão social é um assunto muito sensível porque não se trata apenas de gênero e raça. O sentimento de pertencimento que a Lab proporciona é o maior diferencial para mim. Eu estava precisando do primeiro emprego na área, mas acabei encontrando muito mais que isso. Aprendi muito na Laborit e continuo aprendendo todos dias. Temos nossos desafios profissionais diários, mas o ambiente não deixa de ser leve e agradável. E não tem sentimento melhor que esse.

- Makaya Afonso, Frontend Developer

É aí que a tecnologia entra!

Os avanços tecnológicos podem oferecer novas formas de interação além das fronteiras do grupo em espaços digitais. Por exemplo, reuniões virtuais sincronizadas e informais aleatórias entre os colaboradores remotos podem auxiliar nas trocas de experiências e aumentar o contato entre as pessoas.
Na Lab existe a Kundum, toda segunda feira antes dos colaboradores começarem a trabalhar, há essa reunião por vídeo chamada com o objetivo de dividir com os colegas o que cada um fez de novo no final de semana, e os sentimentos relacionados à semana que está por vir. Esse é um exemplo de solução pensada na esfera digital que cria um ambiente mais acolhedor e inclusivo.
De fato, o mundo digital oferece aos líderes organizacionais possibilidades quase ilimitadas.
Na Laborit temos na pluralidade, na inclusão e na diversidade, alguns de nossos mais importantes pilares e acreditamos que o preconceito é uma construção social e que todos temos o dever de ajudar a desconstruir. Sabemos da nossa responsabilidade e nos esforçamos todos os dias para que os Labers e as pessoas ao nosso redor, se sintam acolhidas, respeitadas e orgulhosas de serem quem são. O que, infelizmente, ainda está longe de ser a realidade da maioria das organizações.
Existem, inclusive, oportunidades para os líderes organizacionais perseguirem essas metas além dos limites da organização. Por exemplo, os líderes podem incentivar a prática de exercícios físicos pensando em melhorar a qualidade de vida do time, incentivando encontros entre indivíduos de grupos distintos.
Alcançar e gerenciar a diversidade e a inclusão é difícil. Muitas iniciativas se concentram em mudar corações e mentes para superar a resistência à diversidade e à inclusão, mas essas iniciativas têm ignorado em grande parte uma das ferramentas mais poderosas e testadas pelos campos da psicologia - o uso do espaço projetado para interação físicas e virtuais. Um caminho de menor resistência pode envolver escolhas de design pensadas.
Aqui na Laborit queremos fomentar a pluralidade em nosso ecossistema e impactar positivamente a vida das pessoas. Nós sonhamos com uma sociedade mais justa e inclusiva.

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